VÃO
O abraço que não alcança
Abarca o tudo de nada
A melodia que ecoa na surdez do vazio
São notas dissonantes
O rio que corre para lado nenhum
Desagua num mar de ausência
Os lábios perdidos em parte incerta
São o beijo insípido
O fogo que queima em água turva
É um vulcão lacrado
O verso gritante que rasga a folha
É um poema invertido
O coração no sinal de stop
É o respeito à prioridade
2017, Abr, 12