NÃO TRAGA PEIXE

NÃO TRAGA PEIXE

Meu amor diz... Vá pescar...

Pode ir, vá!

Mas não traga peixe, para eu limpar.

Um certo dia, bem cedo, me levanto...

Pego as varas e os anzóis,

as iscas e as chumbadas, assoviando,

a moda da roda da ciranda, eu saio

com destino as águas, alagadas.

Lá, protegido pela sombra do meu chapéu

arrumo um lugar na margem do rio e me assento...

Desenrolo a linha com chumbada isco o anzol

com a minhoca toda torta e diante d'aquela miragem...

Bum! Lá esta...

A paisagem ao meu redor, o rio em silencio

sobre seu leito estreito o reinar da calmaria.

Tudo que se ouvia, era o chilrear dos pássaros

e farfalhar do vento, sob as folhas...

Não via, mas sentia o tempo escorregando

pelas horas, e o movimentos dos ponteiros

indicando a distancia do dia.

Água passando, peixe nadando, anzol com

sua volta as voltas com o remanso das águas

nele... Uma minhoca e nada de peixe pegar!

Com muito custo e nada justo...

Pega um... Lá vem o peixe, dando rabanadas

saindo da água com suas escamas e fato

agora de fato vou embora e vou limpar.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 12/04/2017
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