SALTOS E SAPATOS
Sapato, sapatos...
Sapatos de salto alto,
sapatos de salto baixos...
Sapatos que na carreira
por cima das prateleiras
ou por baixo, bem por baixo
topou buraco, com o salto
e com salto deu o salto.
O sapateiro, bate o martelo no sapato
pela noite, pelo dia inteiro
prega nele a sola,
para proteger a sola dos pés...
E do mundo inteiro.
Sapatos para calçar o seu João,
sapatos para calçar a doma Maria
feito de couros, cobre o couro
destacam-se em suas fantasia,
protege o couro dos seus medos
e também, de suas agonias.
O martelo, bate o prego no sapato
que andou pela cerâmica
correu pelo duro asfalto
e todo cheio de dinâmica
saltou grandes buracos.
Pela calçadas andou
pelo mato e pela lama
passou por cima do bueiro
andou em nosso país
e também pela Bahamas,
sapatos... Pintado no couro de tudo
o sapato cruzou o mundo
de jacaré e de lhama.
Sapatos, sapatos...
Sapatos que eu calcei
de Jeca no cotidiano
sapato todo importado
do doutor o seu fulano.
Sapato lá pela roça, sapatão
no açougue pisou chouriço
no circo, é bonachão.
Quem é aquela, quem é aquela...
Sapatos na passarela, toda d'ela
ai quem dera, ai quem dera.
Calce lá os seus sapatos
corra e salte como gato
pra ganhar a competição.
Depois pegue ele, engraxe
zele-o com dedicação...
E vá curtir a sua paixão.
Antonio Montes