Indagações de um ser.

Indagações de um ser.

Por quantas moedas de prata ainda valera tua alma hoje?

Se há milênios é vendido em sua própria casa, jogado aos novos leões.

Trocado nos becos por mais uma dose que os alivie a dor e os deem mais

Um instante de prazer, caídos nas vielas e guetos sujos da própria vergonha

Que os consome o ser.

Por um trago no cachimbo da miséria que os fazem criaturas perdidas

Dissipados na fumaça da ilusão padecem e são filhos teus herdeiros de

Suas promessas.

Por quantas moedas de prata teus lideres espirituais vestidos de suas soberbas,

Em seus palacetes e mansões os dão glorias, a ti ou aos lucros que tens?

Enquanto olham direto nos olhos da fome e miséria daqueles que te tem fé.

Clamam desesperadamente por um pedaço de pão que os alimentem ainda hoje,

Sufocados no gás da crueldade lhes falta a vida que foi tirada por seus escolhidos.

Por quantas moedas de prata e sangue derramado de seus filhos é feito teu reino?

Nem todos os que aqui estão são teus filhos por direito?

Não carregam em si mesmos a tua semelhança ou lhes faltam moedas para a graça do ser?

Por quantas moedas de prata vale o abandono daqueles que te tem esperança de ainda serem melhores ser? Por que os abandonastes nos bolsões da miséria que ajudastes a criar? Morrendo a cada dia um pouco mais de guerras e injustiças feitas em teu próprio nome? Carregados do ódio lhes dão graça e jura ser esta a sua vontade, será mesmo?

Por quantas moedas de prata crianças devem padecer no flagelo da fome, sede e pestes que as assolam diante dos olhos teus e seus enviados? Qual o crime delas, que mal te fizeram? Subjulgadas a amargura do ser que ainda não compreendem, violentadas no intimo de seus corpos e espíritos ainda frágeis são lançadas ao deserto de suas teologias e incoerências do que é teu próprio ser.

Por quantas moedas de prata ainda derramaras sangue de teus filhos para que prevaleçam seus imperialismos? Não são eles livres em suas escolhas?

Entregues aos césares de ontem e de hoje, enquanto o que te pedem é tão somente seu olhar a eles, que lhes deem apenas um dia de tua paz.

Por que a coragem de lutar não é tua, mas sim coube a cada um que espera, espera, espera... Em seu ser por uma volta deverás tardia.

O caos que habita sobre todos já não lhe faz satisfeito? O que mais se deve esperar?

Por quantas moedas de prata ainda deves criar tiranos e corruptos? Quantos açoites mais a alma suportara ser castigada pelo simples fato da pele diferente em cor?

Quantos projeteis mais serão disparados atravessando o peito explodindo o coração daquele que só desejava abraçar seu filho?

Por quantas moedas de prata a indiferença, intolerância, desigualdade, deve imperar em tua honra e gloria? Por que tão somente a roupa, cabelo e ou a opção sexual não condiz com a sua vontade, então por que os fez livres em arbítrio? Por não ser igual a teus pensamentos e desejos deve-se erguer mais uma cruz? A eles que por apenas se amarem, são culpados do amor sentirem.

Por quantas moedas de prata sua voz ainda não se faz ser ouvida por todos os que são filhos teus? Ate quando de seu utópico paraíso se ocultara? Daqueles que só te pedem um pouco de sua presença real.

Por quantas ainda o ser padecera sem suas respostas terem?

Mauricio Claudio

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MAURICIO C Ferreira
Enviado por MAURICIO C Ferreira em 11/04/2017
Reeditado em 13/04/2017
Código do texto: T5967763
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