DEVAGAR
Devagarinho, voltei meu amor
Apague a luz e toque uma canção cor-de-rosa,
deixa-me sentir o sabor da melodia...
quero entregar-me aos ventos da paixão
e de baixo pra cabeça mergulhar nesta indecisa certeza
Amor,
a carta que não recebeste
foi escrita cuidadosamente entre esboços alegres
seduzidos pela minha estéril imaginação
e desencantada forma racional de exteriorizar sentimentos
Eu sofro, amada
Meu sorriso rasgado, sempre chora leviana saudade
ele é vazio e útil neste deslumbrante desdém...
onde só me alimenta o inverno do meu sentimento
e a cumeeira da minha silenciada ilusão
Sofro da vã esperança
que desfila no interior, nas arestas da minha existência
andando devagar e em linha reta
somente perco-me nas curvas da lucidez