CONVERSANDO COM ZARATUSTRA SOBRE ETERNO RETORNO E NIILISMO

Por que ser bom?
De que adianta tentar ser aquilo que não somos?
Para a grande maioria das pessoas,
Ser bom é ser falso,
Aproveitador, prepotente e,
Quando muito, usar máscaras...
As máscaras, para as grandes almas (as boas),
São como mordaças envenenadas,
Que te matam aos poucos.
Servem apenas a estes fantasmas condenados que,
Tal qual o oráculo de Delfos é usado para a ignorância,
A preconcepção e o que eles querem ver e ter.
Eu nasci bom,
Criei-me bom,
Morrerei bom,
Mas prefiro amordaçar-me
E só ser livre para eu mesmo.
Sim, não sigam o que digo,
Aceitem serem pessoas más,
Como já são, pois a maldade está adaptada ao mundo.
Não beijem, nem abracem, nem apertem mãos...
Carinhos?! Jamais!... Ojeriza! 
Ser bom, hoje, é entregar seu atestado de falência
Para a convivência humana.
Sejam maus! Vivam! ...
Sejam maus para que os outros os aceitem!
Desprezem! Magoem! Traiam! Atropelem! Matem!
Enfim, vivam as vidas que os outros desejam para si,
Para que, quando vocês perceberem o que fizeram delas,
Poderão morrer tranquilos e sossegados...
E quando olharem para o espelho, um dia,
Possam se perguntar mais uma vez:
Valeu a pena?!
 
Poema escrito em 28/11/2011, republicado sem nenhuma alteração.
 
Agmar Raimundo
Enviado por Agmar Raimundo em 10/04/2017
Reeditado em 10/04/2017
Código do texto: T5967052
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