DESATINO
Esses gritos em desatino
horroriza o meu silencio
estraçalha meus timbres
como se fosse granizo
de pedras ou de papiro
demolindo-me por dentro
sacudindo os meus ouvidos.
Esses proscritos gritos,
no meu intimo, eu estico
não suporto ver engolido
esses meus frágeis ouvidos
com esses momentos de intrico
por gritos críticos atípicos.
Esses gritos sem tino
Adentram nos meus tímpanos
não duvido do meu digo
gritos são pétalas a mais
intuito de enguiço
ouça um grito, o que é isso?!
Um grito na estação
foi do apito do guarda
o trem gritará pelos trilhos
na hora certa se afasta
pra não causar descarrilo.
O que foi aquilo na noite...
Na sombra d'aquela rua
o urro do lobo na pedra
o risco no pio da coruja
os olhos e o meda se ajuda
no escuro... Deus me acuda!
No grito do desespero
a bomba matando irmãos
misera pelo mundo inteiro
ato estranho das nações...
Abandono da devoção.
O grito calado da noite
pelo amor que o tempo partiu
a alma brada o açoite
o peito, seu ato de foice
no silencio, ninguém viu,
Antonio Montes