Tiquetaqueando
Antigamente
um realejo tocava
na construção do poema.
Antigamente
um outro mundo evocava
paisagens transfiguradas.
O tempo se reinventa
em tempos sem hora
e sem ponteiros guia.
Como engenheiro do nada
pendura suas miçangas
ante a falência dos minutos.
O bate-estaca das horas
em inútil mostrador
tic-taca as quimeras.
O cuco, um pardal morto,
olha o relógio sem pulso
e atrasa a vida em um século.
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