Melpômene

Eles se separam assim como

Fazem aqueles que nunca amaram.

Era um dia frio desses de inverno

E eles sabiam que

Ninguém mais sorria.

Ele não a amava,

E muito menos ela

Que em todos os sábados chorava.

Num sábado desse ela fora embora

E o pobre homem ficou sozinho.

E agora, o infeliz é quem chora.

Ela correu para o fim de tudo

Mas o fim de tudo ainda era o começo.

O casal desgraçado de não amantes,

Tiveram um filho numa

Dessas noites errantes.

A criança cuspia sangue pelo nariz,

Chorando e se afogando no seu próprio vômito.

Por um erro do tempo ela ainda estava vivendo.

Quando enfim alguém gritou;

" O pequeno, Oh pequeno! Estás morrendo.

O pobre homem queria leva-lo para sua casa,

Agora sua tumba será embaixo de sua asa.

Às escondidas seguia a rua do poço,

A coruja girava o pescoço,

Para olhar o pobre, desonrado e

Desesperado homem.

A charrete fez muito barulho,

Acordou todo mundo, saíram fora,

E viram o caixão sendo levado embora.

Peguem o ladrão de defunto,

Que roubas os olhos dos mortos,

Que já vivem em outro mundo!

O pobre e coitado homem

Sem dizer nada, ficara calado,

Como que soubesse que ia morrer.

Fora levado até a colina,

Onde o seu amor prometeu,

Onde conheceu àquela menina,

Que agora o desconheceu...

O pobre e desgraçado homem,

Recebeu sua sentença;

Serás então, vagabundo, enforcado!

Não serás salvo nem mesmo

Pela sua humilde crença!

E junto, seu filho fora colocado.

Agora estão mortos, contíguos e enterrados.

E para sempre, o homem fora honrado!

Tahutihator Frigus
Enviado por Tahutihator Frigus em 08/04/2017
Código do texto: T5965267
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