Flores nos vulcões
Flores nos vulcões
Fazer versos me vicia.
Não sei se é doença ou sina.
Só sei que faço da noite,
o dia mais claro e mais belo!
Cabana vira castelo!
Nesta minha fantasia,
os olhos só têm menina
vendo os raios como açoite,
cortando na escuridão,
o céu, que logo pranteia
regando a terra, e a veia,
com chuva de inspiração.
Será "nóia"ou destino?
Fazer do silêncio ,um hino,
que inunda o meu coração.
Na condição de poeta,
posso sair do papel.
Solto a minha armadura,
aí ninguém me segura!
Viajo como cometa,
deixando rastros no céu.
É meu vício. É meu destino!
Pego carona com o vento,
lanço no mar, meus dragões,
e nem que seja em pensamento,
colho flores nos vulcões.
Maria Salete
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