O DEFUNTO
Diante da mata verde,
Meu coração liberta-se,
E só pensa em voltar para casa,
E viver para sempre ao seu lado…
Mas que casa?
Mas que viver?
A todo o momento a minha alma é invadida,
De um desejo enorme de te amar,
De banhar-me em teus beijos,
De afogar-me neles!
Mas com qual carne ei de dar-me a tua carne?
Mas com qual lábios ei de beijar-te os lábios teus?
Penso em como seria prazeroso deitar-me na relva fresca,
Mas já estou deitado abaixo dela, é como é úmido!
Sete precisos palmos cavados a esmero,
Para garantir que eu jamais volte a te ver…
Ainda lembro e conto a meus novos amigos, os vermes,
Da última vez em que estive com você meu amor,
O sol secando seu cabelo espalhado na relva molhada,
Eles riem de mim enquanto devoram-me, e dizem que estou delirando, será?