AO RÉS DO CHÃO
Fui vento, fui pedra, fui mar
Hoje me permito ser menos
No transformar de texturas
Sinto o calor de ser pó
Percebo no cheiro
um espaço habitável
Em mim, a liquidez tranquila
De tempos por vir
Aquecidas as vias internas
Desfaz-se a pele fronteira
Sou matéria a deslizar no tempo
Sou espaço vago
Sou o espaço inteiro
Tenho sentidos bilíngues
O aroma tem gosto de carinho
É escuro o som do silêncio
Ao meu redor muitas possíveis de mim