QUE CAIA A CHUVA
Que caia a chuva,
Que molhe a terra,
E inche as sementes,
Dando vida a ela...
E do filete da rama,
Que brote frondosa árvore,
De fruto doce que adoça,
A boca do poeta...
Ah... O poeta...
Que debaixo da árvore,
Escreve versos desconexos,
Que somente na velhice,
Revelam o que querem dizer...
Chove chuva,
Que molha a terra,
E molha também a alma do poeta,
Um mistério indecifrável...
Que não são três,
Como no efigio enigma,
E sim quatro,
Assim como quatro,
São as estações do ano...
É um menino...
É um homem...
É um velho...
É esperança e lembrança...
Chove a chuva,
Que molha a terra,
E molha também,
Os versos do poeta...
Versos borrados pelas lágrimas,
Mãos trêmulas levam a culpa,
Olhos opacos, também,
Mas, a alma poética, sabe a verdade...
Então deleitem-se amantes dos amantes!
Do passado,
Do presente,
Do futuro,
Do verbo imutável...