A Mistura dos Tempos

É um emaranhado de coisas

Um olhar cheio de vertigens

Uma mistura de tempos

Será uma palavra jogada ao vento

Um calar sobre a vida toda

Um canto há muito esquecido

Um cisco parado na janela branca

Há de ser ao menos um movimento

E aquela dança perdida nos quadris

Aquela moça com ar demente

Que sente que o amor chegará de repente

Com o pente parado nos cabelos vermelhos

Sorriso de menina e perdida por dentro

E desconfiada a vida tranca a porta de entrada

E se cobre de eras e de medo

Fica a saudade que abusa da memória

E ficam as ampulhetas com suas areias mortas

E fica um futuro mais próximo do amanhã

A nos coçar os ossos

Milton Oliveira

01abril/2017

milton antonios
Enviado por milton antonios em 03/04/2017
Código do texto: T5959991
Classificação de conteúdo: seguro