POEMA MADURO

Eu aqui, calado, talhado no meu silencio

a procurar ele e o desvencilhar de mim

Ele, solto ao tempo, navegando canção

a dentro, sem deixar que eu o encontrasse,

até então, tudo que ele queria, era alforria...

E diante desse feito, ele corria pelas ruas

saltava pelas calçadas e jogava pedras

aos alpendres, e as janelas.

As vezes para varias ele jogava pedrinhas

nas poças d'água, só para vê-las pular como

desvairadas piabas.

Outro dia ele fugiu de mim...

Sorrateiro, correu para o horizonte

de pois se escondeu atrás dos montes

Foi apreciar o crepúsculo do sol...

Antes porem, pintou as sete cores

sob o diadema do céu e expandiu fumaças

sob os vales e as nascentes dos rios.

E eu aqui sem saber o que fazer,

na procura que procura...

E nada desse, poema da as caras a mim

... Todavia quando eu procuro,

ele fica daqui, dá li, a se esconder por ai.

E no esconde, esconde eu percebi

que quando ele saltou do caís,

abraçou o mar...

E saiu navegando em seu barco,

era noite e para saciar o seu frio...

Ele rebuçou no lençol prata da lua

e dormiu, navegando em seus sonhos,

e remando em suas saudades...

Depois fugiu por ai se camuflando

em sua diversidade.

Outro dia eu fiquei sabendo

que não adianta eu querê-lo

se ele não me quiser,

e eu pega-lo... Ele fica comigo

mas é como se eu não conseguisse tê-lo.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 02/04/2017
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