UM NINGUÉM

UM NINGUÉM

Mais que vazio

Oco

Sem emoções

Sem sonhos

Sem ilusões

Escravo da realidade

Que se mostra

Que prostra

O querer ser alguém

E transforma em inércia

A existência etérea

Um pecado existir

Nesse contexto

Sempre com pretextos

Para não assumir

A si e aos satélites

Que orbitam o seu nada

Um reles imbecil

Servil

Que se entrega à alienação

Buscando apenas a sobrevivência

Sem medir meios

Vivendo aos escanteios

Inútil de utilidades

Sem verdades

Apenas respirando e

Exalando ares desimportantes

Travestidos de importâncias

Que a nada levam

A não ser trivialidades

Leviandades

Dignas de si

E de sua inexpressividade

Numa escalada ao seu destino

Um grande ninguém

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 01/04/2017
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