UM NINGUÉM
UM NINGUÉM
Mais que vazio
Oco
Sem emoções
Sem sonhos
Sem ilusões
Escravo da realidade
Que se mostra
Que prostra
O querer ser alguém
E transforma em inércia
A existência etérea
Um pecado existir
Nesse contexto
Sempre com pretextos
Para não assumir
A si e aos satélites
Que orbitam o seu nada
Um reles imbecil
Servil
Que se entrega à alienação
Buscando apenas a sobrevivência
Sem medir meios
Vivendo aos escanteios
Inútil de utilidades
Sem verdades
Apenas respirando e
Exalando ares desimportantes
Travestidos de importâncias
Que a nada levam
A não ser trivialidades
Leviandades
Dignas de si
E de sua inexpressividade
Numa escalada ao seu destino
Um grande ninguém