Procura-se alguém
que não se importe em caminhar sob a chuva,
ao sentir o vento nos cabelos, não faça drama,
que não se importe com o que está na moda
nem de lanchar na barraca de cachorro quente,
que goste de filmes antigos e estrangeiros,
músicas que tenham algo a dizer,
prefira uma noite num barzinho ao som
de um violão, cerveja e fritas com calabresa,
que me conforte quando eu estiver
triste ou sentindo-me sem rumo,
que não fuja quando enxergar minha face
mais sombria, que ao menos tente entendê-la.
que divida o espaço na rede comigo,
que ame poesia e não se importe
em me ouvir recitar Neruda,
que não diga “eu te amo”
como quem diz bom dia
que goste de viajar,
não sem importe em acampar e
aventurar-se por trilhas que nos
levem a uma cachoeira ou a um velho farol
que respeite a natureza,
ame o mar tanto quanto eu,
deite ao meu lado na areia e
aprecie o som das ondas,
não faça promessas e nem juras em vão.