CHAMA
Divagando entre soluços,
andei ao léu em meu curso
esmiuçando os abismos,
escalando os altos montes,
desbravando os horizontes,
procurando a chama viva,
aquela, fagueira e brilhante,
que ilumina radiante
o nosso percurso na Terra.
Porém dela não vi nada,
talvez se mantenha apagada,
ou igual a uma vela,
apenas tremula indecisa:
brilha opaca, brilha fraca,
não tem calor, não tem vida.
Eu um caminheiro errante,
prossigo, então, adiante,
vagando, sem fim, condenado:
homem falho, desgraçado,
que prossegue ininterrupta,
a busca inútil e estúpida.
"Na grande noite que se faz silente,
ela, por certo, estará presente
briosa, rubra, excelsa, altaneira,
pra clarear as curvas do caminho,
e iluminar-me na hora derradeira."
(Publicado em 2007)
Paulo Miranda
Procurando a chama viva
por mim, silente, passaste
e a luz que de ti me priva
nem chama trouxe a este traste...
Divagando entre soluços,
andei ao léu em meu curso
esmiuçando os abismos,
escalando os altos montes,
desbravando os horizontes,
procurando a chama viva,
aquela, fagueira e brilhante,
que ilumina radiante
o nosso percurso na Terra.
Porém dela não vi nada,
talvez se mantenha apagada,
ou igual a uma vela,
apenas tremula indecisa:
brilha opaca, brilha fraca,
não tem calor, não tem vida.
Eu um caminheiro errante,
prossigo, então, adiante,
vagando, sem fim, condenado:
homem falho, desgraçado,
que prossegue ininterrupta,
a busca inútil e estúpida.
"Na grande noite que se faz silente,
ela, por certo, estará presente
briosa, rubra, excelsa, altaneira,
pra clarear as curvas do caminho,
e iluminar-me na hora derradeira."
(Publicado em 2007)
Paulo Miranda
Procurando a chama viva
por mim, silente, passaste
e a luz que de ti me priva
nem chama trouxe a este traste...