Sobras de ontem
Perdura o tempo infértil
e o meu zelo não é nada.
Por todo lado há
sombras melancólicas,
sobras de ontem...
À noite é quando menos atino,
transcorro sem graça,
sem chão, sem destreza.
Fio-me em palavras,
mas não correspondem.
Não há folhas verdes,
nem mistérios a serem desvendados.
Perdura o tempo estéril,
sem nunca amanhecer,
mas não sei explicar;
Não colho o que plantei.
Nota: Há um poema de Florbela Espanca (A Nossa Casa). recitado por mim, em minha página de áudio; quem quiser ouvir, basta clicar no link abaixo: http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/74152