VASO SEM FLORES
(Socrates Di LIma)
Penso...
Sinto!
O corpo é frágil,
O sentimento vago,
O coração pesado,
pensamento agil.
Meu olhar intenso,
desejos em labirinto,
Maltratado!
E assim...
Olho em mim,
Espanto,
Não há lugar com sentido,
No mundo que criei...
Para ele então viajei,
Quando quase tudo foi perdido.
Já não tenho amor,
Confesso,
Perdi o encanto,
por conta da dor,
E por isto o meu ingresso,
Em um mundo sem sentido,
por certo perdido,
Nas entranhas de cada sonho,
E quando me vejo tristonho,
Nevego em meus mares,
Por tantos lugares,
Sozinho,
Por isto sigo sem destino...
E por vezes menino,
Perco-me em meus pesamentos,
Ingênuos por certo,
No meu próprio deserto.
Sigo então,
Nos meus canteiros,
Com alma e sem coração,
Em Jardins de rumores,
Como em campos de girassóis,
De tantos sóis,
Sobre o olhar, de vaso sem flores.