Irrespirável

Semblantes levantados.

Não há a voz.

Escuto apenas coração questionador.

Vivo dias corridos.

Não penso, nem paro.

Talvez assim seja o ideal.

Porque o pensamento não descansa.

O silêncio não vem.

Nem as lágrimas regam o dia.

Na entre linha do hoje.

Acabo não contendo o orvalho.

É quase impossível.

Mesmo que o centro urbano seja agitado,

Há sempre alguma rua deserta.

Em que os anseios e a solidão estejam por lá.

Nessa renúncia me descubro.

Não procuro entender.

Apenas me reconheço.

Entre a dor, surge a luz.

Brilho que resplandece.

Aurora que há de vir.

Penso nisso.

Não descanso.

Corro e me canso.

Continuo.

Respiro e canto.

Mônica Sales
Enviado por Mônica Sales em 06/08/2007
Código do texto: T595717
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.