___HÁ EM TODA MULHER_____
Há em toda mulher
um misto de tudo
- luto -,
equilíbrio,
a certeza inconfundível de nada,
fúria e
delicadeza.
Há em toda mulher
- o cio -,
o espinho na desordem da cabeça e a
beleza que desperta em sua maturidade.
Há em toda mulher
- o grito -,
o silêncio,
a pausa...
Os pés feridos ao que revela a caminhada,
o peso nos ombros e a
leveza que emerge em seu sorriso.
Há em toda mulher
- a juventude eterna -,
a fragilidade à beira de um grande amor e o
tiro, dançarino dos seus infortúnios femininos.
Há em toda mulher
- o desespero -,
o despreparo,
a nuvem que se acumula
junto à fronteira úmida dos olhos.
Há em toda mulher
- uma espécie de valsa -
que os homens não têm.
O limpar dos quintais
e o tear à mostra rubra de veias fêmeas.
Há em toda mulher
- o universo no ventre -
e a morte entre os dentes
no gotejar da saliva
quando na deficiência do sonho.
E há em toda mulher
- a menina -
em seu abismo de quimeras,
sob o empréstimo do tempo,
no árduo passo da vida...