POETA
Joésio Menezes
Não me considero poeta,
Apenas escrevo o que sinto...
Minhas rimas, sempre discretas,
Adornam meus versos sucintos;
E assim, minha poesia
Concisa, porém não vazia,
Me conduz a um labirinto
De sentimentos variados,
Bem presentes no coração
Dos poetas apaixonados
Que, alheios à tal razão,
Fingem sentir, absurdamente,
As dores que seu peito sente
Ao lhes faltar inspiração.
E mesmo qu’eu fosse poeta,
Das rimas mão não abriria,
Pois elas, inda que discretas,
Dão vida à minha poesia
Cujos versos de improviso
Se mostram de sobreaviso
Com relação à sintonia
Que há entre os meus poemas
E as rimas que neles pinto
Sem pensar na cor que o tema
Prefere pro seu labirinto...
Não me considero poeta,
Mas, às minhas musas diletas
Escrevo tão só o que sinto.