MALABARISMO
Desasada quedo-me
no chão abissal
da desilusão
Veneno ou remédio
da taça servida
eivam meu desdém...
Dou de ombros rasgo
a veste outonal
me desnudo e assim
verto em hipotética
dança espectral
para o céu me guio...
neste rodopio
que me enfeitiça
me solto da pinça
escavo o suspense
acordo a suspeita
dormente em seus olhos
reinante às espensas
de minha agonia
assalto o seu riso
roubo a cena após
atada por nós
indeléveis, vãos
reino à revelia.
Ana Maria Gazzaneo