DESEJO

Mais um dia que vou trabalhar menos miserável

Pois sei que irei vê-la

Mesmo que por um instante

Mágico instante

E então que chega a hora

Lá esta ela, como sempre bela

Graciosamente parada, imaculada

Contornos e curvas perfeitas

Como que feitos pelas mãos do artesão

Nem um miligrama de gordura a mais ou a menos

Simplesmente, a perfeição

A desejo tão profundamente que chego a salivar

Quase mesmo a me desesperar

Desejo que não consigo mais segurar

Mas sei que nunca vou sequer poder toca-la

E ela lá, a me torturar, a me observar

Estática, com aquela deliciosa cor rosada, suada

Sinto mesmo que poderia devora-la, ali

Diante de todos, como um animal voraz

Mas me contenho,

Sou um animal, mas racional

Resignado subo em minha bicicleta

Aprecio durante mais alguns segundo meu objeto de desejo

E então deixo novamente a vitrine do açougue Nossa Senhora de Lurdes.

Mark Brunkow
Enviado por Mark Brunkow em 06/08/2007
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