NOVE CÍRCULOS

Distante do brilho do sol

Caminhando pela escuridão

O conhecido se tornou desconhecido

Um desfiladeiro de emoções e reações

Uma estrada sem volta, em direção ao abismo.

O vento cortando a alma

Um rosto pálido e o coração sangrando

A única esperança morreu junto com os sonhos

Montanhas e montanhas de insucessos.

Coroado rei em uma terra infértil

A última gota de água diante do adeus à vida

Inerte a dor diante de tantos enganos

Atos de traição, mergulhando nos lagos de gelo.

Um totem pendurado na parede

Os chamados de santos estão presos em uma cruz

Todas as armas em nome da fé

Os nove círculos da minha proteção.

O silêncio e o frio da noite

Um mundo vazio num vasto universo

O princípio e o fim, afinal de contas

É este intervalo que nos importa.

Estou caminhando de lado a lado

Sem luz, na completa escuridão

Meus olhos estão cegos sem uma fé

Toda essa esperança sem conhecimento.

A casa do pecado, um pomar de delicias

A carne e o sangue para o sacrifício

Minha confissão sem absolvição

Perdido pela eternidade no vale dos ventos.

Diferentes escolhas que levam a um mesmo caminho

Água e neve, espinhos e pregos

Lago de tristeza dilacerando a alma

Pedras e pedras no mar de agonia.

Tão perto do sol é o preço da glória

Asas de papel e o orgulho em chamas

Uma colina em forma de trono

Cercado de sombras e medo.

O paraíso ficou tão distante

Meus olhos percorrem por todo o horizonte

Um rio que me leva para lugar algum

Águas tão sombria quanto a verdade.

Queimando como fogo

Minha existência como constante evolução

Sem deus, sem regras, sem milagres

Minha sentença de morte revelada.

Águas de sangue para o batismo

Flechas rasgando a pele e a carne

Folhas caídas ao chão

Um mundo em colapso.

Escravo dos desejos e sonhos

O beijo da serpente na alma

Vestes de ouro e o veneno da falsidade

Chamas infinitas diante de toda sobriedade.

Chorando dia e noite por toda eternidade

Congelando meu rosto diante da dor

Traidores da fé, traidores do mundo

A esfera do demônio no altar.

Escalando espinhos

Caminhando entre pedras

Atormentado pelo fogo

Congelado pela neve

Finalmente estou no centro da terra

No meu universo!

Finalmente eu vejo a luz...

Estou na porta do paraíso.

by Junior Pontes [lenno]

Junior Pontes
Enviado por Junior Pontes em 29/03/2017
Código do texto: T5955830
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