ME PERDENDO DE MIM
Aos poucos vou me perdendo de mim
Tento me encontrar em algum lugar
Em algumas fisionomias
Não me reconheço
Não há nenhum vestígio
Nada do que um dia fui
Quando o passado era um lindo presente
E a vida uma aurora sem fim
Dias solares
Vida repleta de encanto
Serpentinas soltas
Confetes se espalhando no ar
Meu mar era tão azul
O horizonte infinito
Hoje mar morto é
Já não vislumbro o horizonte
Passageira da agonia virei
Tudo é tão letal,
Fatal,
Anormal,
Tudo mal
Procuro me recompor
Meus olhos me traem
Refletem minha alma
Vou me perdendo de mim
Sem achar saídas vou enlouquecendo
E padecendo vou aos poucos morrendo
Sem nunca me achar virei indigente.