ME PERDENDO DE MIM

Aos poucos vou me perdendo de mim

Tento me encontrar em algum lugar

Em algumas fisionomias

Não me reconheço

Não há nenhum vestígio

Nada do que um dia fui

Quando o passado era um lindo presente

E a vida uma aurora sem fim

Dias solares

Vida repleta de encanto

Serpentinas soltas

Confetes se espalhando no ar

Meu mar era tão azul

O horizonte infinito

Hoje mar morto é

Já não vislumbro o horizonte

Passageira da agonia virei

Tudo é tão letal,

Fatal,

Anormal,

Tudo mal

Procuro me recompor

Meus olhos me traem

Refletem minha alma

Vou me perdendo de mim

Sem achar saídas vou enlouquecendo

E padecendo vou aos poucos morrendo

Sem nunca me achar virei indigente.

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 28/03/2017
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