CÉU sem NOITE

Quem será o deus jogando estrume no caminho

de música e voracidade dos desterrados?

Eco e Ego enamoram-se quando já foram tentadas todas as possibilidades.

Carinhos desertos estendidos sob um céu sem Noite sem Luz sem Cor

abrem-se após a última sílaba das florestas - beijadas por pássaros

famintos de planetas que tenham o som como confeito.

Narciso sangra as mãos mirando-se em cacos de espelho.

Música Musculosa atmosfera o vácuo.

Querubins desmanchados na Caatinga sangram adentro da seca

multilados pois os céus perdem o controle dos flagelos.

Leão de quartzo crispa a ferocidade muda

sabendo que o som é a miséria da força e salta

felino na rigidez.

Extingue-se a linguagem - Colônia do Tempo.

Imóvel (?) o povo não devora seus mitos, engasga-se com estórias mal-contadas

Faixas de bronze anunciam o caos estendidas no céu vencido e o Inverno é a coroa de uma rainha que a Natureza não quer ser