ERAS

ERAS

Primeiro

Um nevoeiro

Que me impede ver-te

Até ter-te

Nesta rua

A procura tua

Depois um anil

Que me envolve de frio

Torna tudo visível

Mas tu continuas invisível

E eu caminho

Procuro o ninho

Não encontro

Tento

Rendo-me ao só

Ao por do sol

Chama que me chama

E me abandona

Ao vento que me empurra

Que me surra

De lembranças idas

E vindas vividas

Em outonos outros

Em momentos soltos

Rolando pelos chãos

Em renovação

Que era benvinda

E agora finda

Sem flores de primavera

Dores de priscas eras

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 26/03/2017
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