ERAS
ERAS
Primeiro
Um nevoeiro
Que me impede ver-te
Até ter-te
Nesta rua
A procura tua
Depois um anil
Que me envolve de frio
Torna tudo visível
Mas tu continuas invisível
E eu caminho
Procuro o ninho
Não encontro
Tento
Rendo-me ao só
Ao por do sol
Chama que me chama
E me abandona
Ao vento que me empurra
Que me surra
De lembranças idas
E vindas vividas
Em outonos outros
Em momentos soltos
Rolando pelos chãos
Em renovação
Que era benvinda
E agora finda
Sem flores de primavera
Dores de priscas eras