Metal
Com frieza olha em sua palma
E vê a razão nos traços,
E vê a canção nos espaços.
Nos dedos, a poesia etérea.
Nos olhos, a descartável emoção.
Com certeza olha o seu caminho
E vê os buracos abertos,
E vê os trajetos incertos.
Nos becos há escuridão.
Nos guetos há corrupção.
Com destreza arma o seu sucesso
E vê a solidão da majestade,
E vê a consolação da crueldade.
Nos castelos a luxúria.
Nas moedas a malicia.
Com tristeza olha o seu passado
E vê nos fatos uma só cena,
E nos relatos uma só pena:
De não ter feito o seu presente,
De não ter visto um só poente.