Depressão Poética XXXI
Poema IV
Não meço qualquer virtude
Na alvura dos meus versos
Cantam de mim a solicitude
Todos os póstumos universos!
Absurdo auto limitar-me
Se chove, (danço)
Se raia o sol, (escrevo-me)
Não à poesia viúva
Nem tão pouco poeta defunto
Esquecido, memorial do túmulo…
Nome, nada diz, (de mim nada conta)
Nem as esquinas da fonte
Nem o olhar do roseiral
Apenas um voo rasante das andorinhas…
Olha… (passou)
Ficou a memória do que foi
Do que de tudo sentiste…
E sim a poesia é sentir…
Quantas vezes as palavra te doem?
Mesmo assim escreves,
Mesmo assim teimosamente lês…