Trovadores do viver e do sonhar

Renato: filho do céu, da montanha, do vento e do povo

Dá-me a tua mão meu irmão e caminhemos pela vida,

Derrama em nosso peito uma compreensão divina

Que transborde em nós uma humildade plena de renovos.

Tu lutaste contra ditaduras e tiranias governamentais e cotidianas.

Tu enfrentaste os terríveis desertos da solidão e da tristeza.

Renato_ o mundo ainda gira os comércios das chacinas e vilezas,

O mundo ainda caminha cego e frio com nossas atitudes infâmias.

Olhai, ó meu poeta lírico e trágico, o descaso e a dor

Que ainda gritam silenciosamente nas avenidas, nos lares,

Nos escravizados, nos apáticos; como se uma apagada flor

Ainda não houvesse acordado o fogo da justiça em nossos mares.

Senta-te ao meu lado, meu solitário trovador da alma e do universo:

Choremos porque a impiedade é infinita e a bondade é pequena;

Choremos pois quem sabe nossas lágrimas curem essa gangrena

Que se espalhou pela sociedade, tornando-nos em seres perversos.

Levanta-te meu amigo, pois me ensinaste a amar, a acreditar, a sonhar.

Vede: no cântico dos pássaros ainda vibra no ar tantas esperanças,

Na aurora do sol podemos colher alento para não desistir sem lutar,

E quando tudo parecer perdido, ajuda-nos a ter fé e perseverança.

Renato_ o caos em que vivemos se tornou corriqueiro, triste e trivial.

Valores como amizade, união e integridade são um arcaísmo virtual.

Enquanto isso, rios de sangue de violências, misérias e barbaridades

Se tornaram as estrelas e os comandantes de nossa pós-modernidade.

Sei que os tempos mudam, a humanidade sempre foi fraca e egoísta.

Mas por que não lutamos por um mundo melhor, por uma vida digna?

Por que não romper com as desigualdades, futilidades e as insígnias

Que fuzilam o caráter e nos impedem de sermos humanos e altruístas?

Países contaminados com tanto conflitos e doenças,

Relacionamentos familiares e íntimos rompidos por desavenças,

O impulso descontrolado dos nossos desejos

Tentando encobrir nossas carências e paixões nos raros ensejos.

Seres inconformados com seus corpos artificiais,

Mas o que não é artificial nesse mundo dissimulado?

Renato_ o fulgor de tuas mensagens nunca serão esquecidas,

Enquanto a esperança chora nas capelas de nossas feridas,

E a metamorfose de nossas jornadas caminha em nossas vidas.

É preciso ser forte e realista para reconhecer o pesar

Quando amigos, a vida e tudo parecem ser mentiras e traição.

Mas é necessário mergulhar nos abismos do próprio coração,

A fim de que encontremos o verdadeiro sentido de viver e amar.

Então me abraça bem forte meu amigo, meu solene bipolar poeta:

Não precisamos mentir, afinal a porta do amor sempre estará aberta

Para todos os que estão cansados, em ruínas e desamparados;

A porta do amor é difícil, mas nos conduzirá para montes elevados,

As chuvas do coração enxugarão e formarão novos campos fertilizados,

As chaves da mente libertarão sublimes pensamentos e ideais renovados,

E muitos temores, cansaços e maldades serão enfim

(Em nossas vidas e solitárias almas) serão sim e enfim derrotados.

Cantemos então Renato, cantemos uma nova e ressoante canção

Onde cada um consiga encontrar em si céus, bosques, pássaros,

Amor, luz, e os caminhos da graça e da sincera compaixão.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 23/03/2017
Código do texto: T5949630
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