ABSTRATO SENTIMENTO
O dia-a-dia...
É pelo portão do qual eu vejo...
A esperança nos olhos...
Acompanhada de seus herdeiros...
Como muitos, a longa espera...
Em outros dias já viste ela...
Como muitos, a mesma história...
Dias de luta, de ódio...
Como só nesse dia, alegria...
Assim imagino, por assim ser...
De tanto sofrimento, o quase pouco...
Já sacia, por alguns dias, seu desejo...
E quando a noite chega...
Fechas os olhos para a vida esquecer...
Mas o desespero se abriga, numa desumana rotina...
Entre o descanso e a vigília...
Nunca pude olhar por seus olhos...
Porque neles me mancharia com lágrimas...
E tais lágrimas nunca me comovem...
Porque minha vida é assim, egoísta e errada...