O DEFUNTO

Diante da mata verde,

Meu coração liberta-se,

E só pensa em voltar para casa,

E viver para sempre ao seu lado…

Mas que casa?

Mas que viver?

A todo o momento a minha alma é invadida,

De um desejo enorme de te amar,

De banhar-me em teus beijos,

De afogar-me neles!

Mas com qual carne ei de dar-me a tua carne?

Mas com qual lábios ei de beijar-te os lábios teus?

Penso em como seria prazeroso deitar-me na relva fresca,

Mas já estou deitado abaixo dela, é como é úmido!

Sete precisos palmos cavados a esmero,

Para garantir que eu jamais volte a te ver…

Ainda lembro e conto a meus novos amigos, os vermes,

Da última vez em que estive com você meu amor,

O sol secando seu cabelo espalhado na relva molhada,

Eles riem de mim enquanto devoram-me, e dizem que estou delirando, será?

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 22/03/2017
Código do texto: T5949153
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