LASHON HARÁ
Eu quero imola-la como a um bode em expiação de seus pecados,
Eu quero observar seu sangue, quente de um vermelho sujo,
Visguento e cor de musgo, pingar em minha bacia de ágata predileta,
Sob a luz do luar, em uma noite de lua cheia, tornando-o, negro...
Com ele, juntarei aguarraz, criando minha cor predileta, negro carmesim,
com uma pena de pavão à mão, confessarei por ti seus pecados diante de Deus,
Eu observarei a Lei com todo o zelo, e privarei seu corpo, do pedaço maldito de carne, Que tens entre os dentes, E com a qual, assassinastes tantas vidas...
Mas não preocupe-te,
Eu conheço uma deliciosa receita de língua,
Um maravilhoso repasto aos cães...
Teu rosto que tu consideras tão lindo,
E que para ti é tão precioso,
A este eu farei-lhe um favor, tornando-o ainda melhor...
Usarei para isso a mais fina navalha de prata de lei,
Para esculpir em teu rosto, um novo rosto, juvenil e maldoso,
Presenteando-te com a beleza cubista de Picasso...
Aí sim, ficarás de acordo com a beleza de tua alma,
Com teus cabelos falsamente loiros e belos como tu,
Farei um terço para que apresente diante de seu Senhor, clamando por perdão...
Quanto a teu corpo obeso e feio,
Que durante anos cultuastes como vazo vazio, zombando dos outros,
Darei por alimento aos porcos, Eles agradar-se-ão de ti...