LASHON HARÁ

Eu quero imola-la como a um bode em expiação de seus pecados,

Eu quero observar seu sangue, quente de um vermelho sujo,

Visguento e cor de musgo, pingar em minha bacia de ágata predileta,

Sob a luz do luar, em uma noite de lua cheia, tornando-o, negro...

Com ele, juntarei aguarraz, criando minha cor predileta, negro carmesim,

com uma pena de pavão à mão, confessarei por ti seus pecados diante de Deus,

Eu observarei a Lei com todo o zelo, e privarei seu corpo, do pedaço maldito de carne, Que tens entre os dentes, E com a qual, assassinastes tantas vidas...

Mas não preocupe-te,

Eu conheço uma deliciosa receita de língua,

Um maravilhoso repasto aos cães...

Teu rosto que tu consideras tão lindo,

E que para ti é tão precioso,

A este eu farei-lhe um favor, tornando-o ainda melhor...

Usarei para isso a mais fina navalha de prata de lei,

Para esculpir em teu rosto, um novo rosto, juvenil e maldoso,

Presenteando-te com a beleza cubista de Picasso...

Aí sim, ficarás de acordo com a beleza de tua alma,

Com teus cabelos falsamente loiros e belos como tu,

Farei um terço para que apresente diante de seu Senhor, clamando por perdão...

Quanto a teu corpo obeso e feio,

Que durante anos cultuastes como vazo vazio, zombando dos outros,

Darei por alimento aos porcos, Eles agradar-se-ão de ti...

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 21/03/2017
Código do texto: T5947986
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