Autônoma
Fiz de tua palavra reza
Tive por noites nomes em minha face
Quem quiser pode vir ver
Não tenho mais como as esconder.
Quero que se preparem:
São palavras fortes demais. Elas não só a mim dessecam, até em ti fazem achaque.
Como podem ter forças, essas palavras soltas?
Quem as escreveu, de onde me conheceu?
Falando coisas de mim, azulando lugares aqui.
Cada uma com sua postura,
Cada uma ditando conduta,
Cada uma criando manias,
Cada uma cuidando de mim.
Tenho culpas em minha mente, a tua é culpada também.
Ligadas por fios dementes, mesquinhamente, definem nossa sorte.
Quis fugir, não voltar
Envolvi a polícia
Quis matar ou me suicidar
Só quis assim; não mais continuar.
Quem te deu esse direito?
Na minha vida, só o meu dedo.
Já não tenho mais forças, elas de mim tomam conta.
Debalde reivindico
Queria contribuir, ao menos interagir
Mas numa palavra podes me resumir.
Temos que nos esconder, se me virem com você
Saberão que és autônoma.
Você se fez sozinha
Há muito deixou de ser minha
Aos poucos me esvazio, fico cada pouco mais sozinho
Já não sei aonde vou parar.
Tinha medo de morrer, até a ti conhecer.
Agora é com você: ETERNA.
De tudo dependerei.