COLHEITA DE ARROZ
Uma carreta preta,
cheia de sacos de arroz...
Colhida com podão,
de mão em mão.
Aros com casca...
Batido no girau,
e com pratos...
Abanado aos ventos e ensacado
alegrando assim, os sentimentos.
Arroz, plantado na lua
com matraca, pelo mutirão
Tempo de calor e sufoco
com suor pelos rostos
por cima de pau
por cima de toco.
'Pedrinho, pegue a moringa
vá a cacimba e traga água
água fria para o povo matar a sede
não vê, que já é quase meio dia...
Gente folgada n'essa hora
esta tirando madorna na rede'.
Vá logo menino...
Hoje é dia de muitos mandados
vou cuspir na chão!
Antes do cuspe secar
quero você aqui, do meu lado.
Avia menino, avia...
Não vê que logo mais a noite
para alegrar o mutirão...
terá um ratas-pé a base de lamparina
aonde dança. velhos, meninos e meninas.
Antonio Montes