FINITUDE

De tudo quanto for capaz a humana alma,

Pelos inauditos desejos do homem,

Pouquíssimo o satisfaz, tampouco acalma

Diante das certezas que o consomem.

Sabem todos os seres de inteligência

A respeito da finitude inconteste,

Da inevitável e temida falência,

Do homem fraco feito cipreste.

Tal qual o arbusto, o homem serve de cerca

A proteger suas vidas e propriedades.

Julgando nada fazer com que ele perca

O que construiu e suas potencialidades.

A insatisfação por ele sentida

É justa e o malogra, isto é fundamental.

Conforme o arbusto e a cerca falida

Caem corpo e a mente, ante a morte natural.

Em mais elaborada tecnologia

Por mãos e mentes humanas inventada,

Há na vida, submissa genealogia

Por Deus escrita e, ao final, sacramentada.

Dalva Molina Mansano 16.03.2017 - 16:54

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 20/03/2017
Reeditado em 22/07/2017
Código do texto: T5946564
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