VIDA AO MAR
Velejar, velejar, velejar...
Tendo apenas o vento a me guiar,
E as gaivotas ao meu redor, a me guiar...
Tenho por amigos animais marinhos,
Que muitas vezes insistem em brincar com minha nave,
Horas são amistosos e carinhosos,
Hora são hostis e querem me devorar...
Devorar o quê?
Estou aqui não como homem, e sim como parte do todo...
Parte da cadeia alimentar,
Predador e presa... Muito mais; presa...
Há horas que o caminho é calmo,
Com a água a beijar o casco da nave suavemente...
Em outros, o mar torna-se cinza e o céu negro,
Riscado por raios e os gritos de "Thor" a me expulsar dali...
Nestas horas só há duas opções: Ficar ou ficar...
Ficar com as mãos atadas ao timão e assumir seu destino,
Esbravejando contra dos deuses do mar ou,
Juntar-se aos ratos no porão da nave...
Quando se esta ao mar,
A vida não muda, as vezes são alegrias,
As vezes são tristezas,
As tristezas vão embora, cada vez que a Aurora chega,
Abrindo o dia com seu véu amarelo lilás, sinal de paz...
Assim é o mar...
Assim sou Eu.