tudo sabe
saber do mundo e logo ve-lo esfacelar,
os dedos fluem nos ladrilhos do infinito,
a rosa brilha, mas não sabe da profundeza
dos espelhos, o sol, o vestido estendido no
varal, os anos deitado nas cascas das coisas,
a vida é mais vento que pedra, a memória
mesmo desligada solta veneno dançarino,
quem vai nos dizer a hora do voo, ninguém
me disse a hora da partida, ouço melodia
que sai das rua, muitas vozes destronadas
de si mesmo, acordemos com os sinos das crianças