Tio Ernesto...
Quando o ultimo tijolo é posto
é que fica ainda mais forte o gosto
amargo da despedida
pois ali se encerra uma vida
e mesmo que ainda existam sonhos
a jornada fica interrompida...
Quando o cimento é colocado
parentes e amigos lado a lado
choram uma perda lastimável
pois falo de um homem inigualável
desses que não se vê toda hora
por ser ao mesmo tempo firme e amável...
Durante toda a sua existência
manteve a sua essência
crioula por natureza
forjado na lida de gado
jamais se sentiu acovardado
quando lhe assolava a tristeza...
Homem sério e de postura
conquistava toda e qualquer criatura
com seu modo simples de ser
e hoje temos a triste realidade
de termos incomodando a saudade
de alguém impossível de esquecer...
Jamais teve medo do pealo
nem no lombo de algum cavalo
nem quando uma rasteira da vida
queria lhe tirar do rumo
seguia em frente, com aprumo
persistindo forte na lida...
Assim foi meu tio Ernesto
a quem essa homenagem eu presto
com o coração cheio de dor
deve estar em algum corredor
da estância bendita do céu
desempenhando algum papel
determinado pelo Deus poderoso
e de lá, com seu olhar bondoso
nos cobre com bênçãos de amor...
Adilson R. Peppes.