Um Poema Doce
Então faça um poema bem leve,
Sem as acesas labaredas e tédios,
Nele ninguém pulará de prédios,
E o servidor não dirá o que serve.
Finja de idiota num doce clarear,
Sem as obesas cargas de insônia,
Faça letras líricas e sem sangrar,
O risco da pele na cor da begônia.
Ande nas nuvens do céu em rima,
Deixe um recado ao sol amarelo,
Mais acima da noite a lua assina,
Prescreve o padrão e solda o elo.
O véu da poesia maquiou queloides,
Quis abutres na figura frágil da flor,
Na caserna meus espermatozoides,
Querem ser versos vestidos de dor.
DADO CORRÊA
15/03/2017