ENVIESADO

Bebo a delícia da vida

e desprezo a exatidão...

Eu ralo os meus pés no chão

e a alma nestas pedras...

Dificuldades não medram,

o meu seguir bem ousado...

Não quero o riso dosado...

Quero abusar deste insumo

ir além dos prós, limites

que sempre impõe a razão...

...remexo esse caldeirão,

gasto o último tostão,

e depois transformo em arte...

Talvez meu viver prolixo,

carregado de sentidos,

não me exonere da dor...

Mas me coloco ao dispor,

dos dados sobre essa mesa...

Mesmo sem louros, ao viés,

me entrego ao risco, ao revés...

Depois, não sei, como todos...

Giro ao giro dessa orbe...

Não me alicia um engodo...

ANA MARIA GAZZANEO

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 15/03/2017
Código do texto: T5941635
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