O ABRAÇO QUE DESEJO

Quero morrer.

É um fato.

Não sou um louco,

Não sou um solitário,

Mas sou um vazio...

Assim como Gouguin...

Assim como Toulouse - Lautrec...

Assim como Vincent...

Quero morrer.

É um fato.

Por que temer o inevitável?

O que há nesta terra a ser tão desejado?

Nada.

Apenas o irracional medo da linda dama!

Quero morrer.

É um fato.

Uma morte digna, elaborada, ricamente decorada,

Sentado, do alto do penhasco, com o vento à face,

Estripando meu ventre em um "L" perfeito,

Arte de minha tanto... lâmina de poetas.

Quero morrer.

É um fato.

Quero ver o desconhecido, a fronteira final,

Pois aqui, nada há para ser visto, vivido,

Para católicos irei para o purgatório.

Para protestantes o sono até o juízo final,

Para Espíritas o umbral.

Mas a misericórdia de D_us,

Não nos deixa o que temer,

Eu quero morrer.

É um fato.

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 15/03/2017
Código do texto: T5941436
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