O ABRAÇO QUE DESEJO
Quero morrer.
É um fato.
Não sou um louco,
Não sou um solitário,
Mas sou um vazio...
Assim como Gouguin...
Assim como Toulouse - Lautrec...
Assim como Vincent...
Quero morrer.
É um fato.
Por que temer o inevitável?
O que há nesta terra a ser tão desejado?
Nada.
Apenas o irracional medo da linda dama!
Quero morrer.
É um fato.
Uma morte digna, elaborada, ricamente decorada,
Sentado, do alto do penhasco, com o vento à face,
Estripando meu ventre em um "L" perfeito,
Arte de minha tanto... lâmina de poetas.
Quero morrer.
É um fato.
Quero ver o desconhecido, a fronteira final,
Pois aqui, nada há para ser visto, vivido,
Para católicos irei para o purgatório.
Para protestantes o sono até o juízo final,
Para Espíritas o umbral.
Mas a misericórdia de D_us,
Não nos deixa o que temer,
Eu quero morrer.
É um fato.