Melindre

Melindre

A tristeza era assim, era sim,

Era não, talvez, até quando, por ventura...

Parecia tatuagem, tatuada em coisa triste.

A própria dor ria do silêncio.

Tudo parecia estranheza e solidão.

É a própria tristeza de gente mesmo,

A que não vem de fora...

É aquela da alma, do espírito,

Da desilusão, da filosofia...

Do consigo mesmo, do esmo,

Que você não pediu e ganhou com sobra.

Às vezes, sabe-se bem de perto

De onde ela vem, trazendo o destino

Sempre à queima-roupa.

Há pessoas nas portas dos fundos,

A casa está deserta, mas cheia de gente,

E, a gente, quase se arruma,

O pente escorrega das mãos e passa...

Passa pelos, pelos apelos, e tomba.

O que era pouco já sufoca;

Do muito que era inunda de tanto nada...

Há correria pelas escadas

Da garganta apertada onde o grito sufoca

Ninguém entra, ninguém sai...

Nem um conto... Nem um canto... uma fada...

Um sussurro.... Onde você vai? Maria...

Nada não, eu vou aqui mesmo...

.

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carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 14/03/2017
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