Melindre
Melindre
A tristeza era assim, era sim,
Era não, talvez, até quando, por ventura...
Parecia tatuagem, tatuada em coisa triste.
A própria dor ria do silêncio.
Tudo parecia estranheza e solidão.
É a própria tristeza de gente mesmo,
A que não vem de fora...
É aquela da alma, do espírito,
Da desilusão, da filosofia...
Do consigo mesmo, do esmo,
Que você não pediu e ganhou com sobra.
Às vezes, sabe-se bem de perto
De onde ela vem, trazendo o destino
Sempre à queima-roupa.
Há pessoas nas portas dos fundos,
A casa está deserta, mas cheia de gente,
E, a gente, quase se arruma,
O pente escorrega das mãos e passa...
Passa pelos, pelos apelos, e tomba.
O que era pouco já sufoca;
Do muito que era inunda de tanto nada...
Há correria pelas escadas
Da garganta apertada onde o grito sufoca
Ninguém entra, ninguém sai...
Nem um conto... Nem um canto... uma fada...
Um sussurro.... Onde você vai? Maria...
Nada não, eu vou aqui mesmo...
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