CIENTE

Sei-me morrer todos os dias...

Me desfaço até no vento...

Escorro por estas horas...

Sei que é inútil essa lida,

Que alimenta o meu momento...

Faina sem mais e por que

Não garante algum futuro.

Se arremessa contra o muro...

Perde-se na escuridão...

Morro bebendo a esperança

Olho fito no horizonte.

Tento adiar esse espanto

Fim que teimo em anular...

Já sei porém de antemão

Gozação de algum arcanjo,

A sorrir de tanto esbanjo,

Qualquer hora, anunciar:

Fim que é claro e que virá,

Na roda deste moinho.

Sorridente selará,

O final do meu caminho...

Medo não tenho, lamento

Que pensei te amar sem fim...

Sofro o laço que, desfeito,

Roubará você de mim...

Ana Maria Gazzaneo

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 14/03/2017
Código do texto: T5940186
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