ANO NOVO
o ano novo em Budapeste
na frente do rio.
sozinho, sozinho, sozinho.
é só que se encontra o caminho,
caminho, caminho.
os fogos que esperava
iluminarem o céu
foram faisquinhas vinda dos barcos.
o ano novo passou por mim
na frente do rio.
num banco, no frio,
sob dois casacos desencaixados.
ao lado de ninguém,
na frente do parlamento
mais bonito da Europa.
na cidade mais charmosa.
o Danúbio era preto
e refletia as luzes das margens,
dos castelos, das pontes,
dos montes de Buda.
refletores acesos, amarelos,
brancos de quando em vez
o vapor de sódio fervendo
e dando vida à noite vigilante.
(maio, 2015)