INATIVIDADE

Quem dera fosse só recusa.

É a impossibilidade

Que impede, empata, espanta a vontade.

Realidade confusa,

O resultado é inatividade absoluta.

A mente presa e acuada luta

Deliberando entre as necessidades

Escolhe nada, abusa

Da responsabilidade.

Ânsia do vivente!

Às liberdades

Prefiro o inconsciente,

Mas entendo a liberdade

Que me quer prender.

Entretanto é árdua a dificuldade

Em reconhecer

Que não quero querer,

Quero não querer!

Nem mesmo a poesia

Pode desenvolver

Minha questão!

Toda tentativa é em vão.

Pouca solução e muito tédio,

Deixe emergir o sintoma

É o melhor remédio.

No fundo meu idioma

É sem intermédio

Por isso permanece inaudito,

Apesar de tudo que tenho dito.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 11/03/2017
Código do texto: T5937999
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