INATIVIDADE
Quem dera fosse só recusa.
É a impossibilidade
Que impede, empata, espanta a vontade.
Realidade confusa,
O resultado é inatividade absoluta.
A mente presa e acuada luta
Deliberando entre as necessidades
Escolhe nada, abusa
Da responsabilidade.
Ânsia do vivente!
Às liberdades
Prefiro o inconsciente,
Mas entendo a liberdade
Que me quer prender.
Entretanto é árdua a dificuldade
Em reconhecer
Que não quero querer,
Quero não querer!
Nem mesmo a poesia
Pode desenvolver
Minha questão!
Toda tentativa é em vão.
Pouca solução e muito tédio,
Deixe emergir o sintoma
É o melhor remédio.
No fundo meu idioma
É sem intermédio
Por isso permanece inaudito,
Apesar de tudo que tenho dito.