PERDA DO PARAÍSO
PERDA DO PARAÍSO
Perco o paraíso quando desabrocho
E migro para a secura
Abandonando o nadar em águas calmas
Agora dizem sou luz
Mas sonho de olhos fechados
Querendo voltar ao Éden
De onde talvez nem existiria
Se não houvesse o entrelaçar de corpos
Os esgares de que sou fruto
Sei lá se de amor ou apenas desejo
Pouco importa, aqui estou
Entregue ao destino
Ao desatino de respirar
Sem saber porque
Sem ter sequer um quê
De noção do que aqui vim fazer
Nadando em águas revoltas
Sem a calmaria do ventre que me aguava
Que me guardava
Das intempéries da luminatura
Da dor do ser, sem criador
Apenas criatura