PERDA DO PARAÍSO

PERDA DO PARAÍSO

Perco o paraíso quando desabrocho

E migro para a secura

Abandonando o nadar em águas calmas

Agora dizem sou luz

Mas sonho de olhos fechados

Querendo voltar ao Éden

De onde talvez nem existiria

Se não houvesse o entrelaçar de corpos

Os esgares de que sou fruto

Sei lá se de amor ou apenas desejo

Pouco importa, aqui estou

Entregue ao destino

Ao desatino de respirar

Sem saber porque

Sem ter sequer um quê

De noção do que aqui vim fazer

Nadando em águas revoltas

Sem a calmaria do ventre que me aguava

Que me guardava

Das intempéries da luminatura

Da dor do ser, sem criador

Apenas criatura

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 11/03/2017
Reeditado em 30/08/2017
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