VÍSCERAS

VÍSCERAS

Foram-se as vontades

As éticas, os princípios

Ficaram os acontecidos

Desmoronaram-se os ideais

Mataram-se as ideias

Permaneceram as amarras

Em novas correntes

Faces e fáceis da mesma moeda

Mutatis mutandis

Retorno às origens

De eternos iludidos

Pelos não fatos

Movidos por boatos

Meros factoides

Críveis qual a perpetuidade

Falaciosa em seus dogmas

Aparentando erudição

Essa correnteza de certezas

Propagadas a exaustão

Deformando crenças e sensações

Estimulando a pequeneza

Sufocando a beleza

Dos azuis acima e abaixo

Infinitos e abissais

Pairando da cabeça aos pés

Que solapam e matam

Pisoteando a essência do existir

Em passado distante

Em presente oscilante

Em futuro degradante

Como objeto abjeto

Escravo do nada consta

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 11/03/2017
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