VÍSCERAS
VÍSCERAS
Foram-se as vontades
As éticas, os princípios
Ficaram os acontecidos
Desmoronaram-se os ideais
Mataram-se as ideias
Permaneceram as amarras
Em novas correntes
Faces e fáceis da mesma moeda
Mutatis mutandis
Retorno às origens
De eternos iludidos
Pelos não fatos
Movidos por boatos
Meros factoides
Críveis qual a perpetuidade
Falaciosa em seus dogmas
Aparentando erudição
Essa correnteza de certezas
Propagadas a exaustão
Deformando crenças e sensações
Estimulando a pequeneza
Sufocando a beleza
Dos azuis acima e abaixo
Infinitos e abissais
Pairando da cabeça aos pés
Que solapam e matam
Pisoteando a essência do existir
Em passado distante
Em presente oscilante
Em futuro degradante
Como objeto abjeto
Escravo do nada consta